quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Assim Não, Zambi!

Lendo a matéria abaixo, lembrei desta música do Martinho da Vila, interpretada por Clementina de Jesus.
A luta em apoio ao Dr. Joaquim Ribeiro Filho e equipe contou com uma rede física e virtual em nome da justiça. Mas nem todos podem ou puderam contar com ela.
Indico a leitura do caso Bar Bodega (o caso é de 1996, mas saiu em livro do Carlos Dorneles em 2007)
ASSIM NÃO ZAMBI (Martinho da Vila)
Interpretação de Clementina de Jesus

Quando eu morrer
Vou bater lá na porta do ceu
E vou falar pra São Pedro
Que ninguém quer essa vida cruel
Eu não quero essa vida assim não Zambi
Ninguém quer essa vida assim não Zambi

Eu não quero as crianças roubando
As véinhas esmolando uma xepa na feira
Eu não quero esse medo estampado
Na cara duns nego sem eira nem beira

Abre as cadeias
pros inocentes
Dá liberdade pros homens de opinião
Quando um nego tá morto de fome
Um outro não tem o que comer
Quando o nego tá num pau-de-arara
Tem nego pensando num outro sofrer

Eu não quero essa vida assim não Zambi
Ninguém quer essa vida assim não Zambi

Quando eu morrer
Vou bater lá na porta do céu
E vou falar pra São Pedro
Eu não quero essa vida cruel
Eu não quero essa vida assim não Zambi
Ninguém quer essa vida assim não Zambi

Deus é Pai, Deus é filho, Espírito Santo é Zambi
Eu não quero essa vida assim não Zambi
Clementina é filha de Zambi
Eu não quero essa vida assim não Zambi
Ninguem quer essa vida assim não Zambi

In: MARTINHO DA VILA . "Terreiro, Sala e Salão 110.0020
RCA Victor.1979

Esta parte final da música é falada:
"Ô Zâmbi, vê se manda parar com aquelas brigas lá no morro.
Quando os homens chega, chutando as porta e revirando tudo,
todo mundo fica assustado e a criançada com aqueles olhos
arregalados, o coração saindo pela boca.
Ai! Meu Deus. A tal de lei de invasão de domicílio, lá no
morro, não vale nada.
Ah! Zâmbi quer ver (????) outra coisa:
Vê se clareia a cabeça da minha gente lá do morro. Para eles
pararem de tanta cachaçada, maconha e briga. Devagar, tá
legal.
Mas quando os nego estão doido, dão tiro à toa à toa.
E quando eles inventam de brincar de bandido?
É o de baixo atacando o de cima, o da direita atacando o da
esquerda.
E o pior é que ninguém é da direita nem da esquerda.
É todo mundo do mesmo morro.
É a miséria brigando com o miserê.

Agenda do samba & choro

03/09/2008 - 08h12
Maníaco de Guarulhos (SP) confessa crime pelo qual 3 estão presos há 2 anos


ANDRÉ CARAMANTE
da Folha de S.Paulo

Renato Correia de Brito, 24, William César de Brito Silva, 28, e Wagner Conceição da Silva, 25, estão presos desde agosto de 2006 sob a acusação de terem violentado sexualmente e assassinado Vanessa Batista de Freitas, 22. Os três sempre disseram à Justiça que só confessaram o crime porque foram torturados por policiais.

Os três rapazes afirmam terem sido torturados em uma região despovoada de Guarulhos e no 1º Distrito Policial da cidade com sacos plásticos, gás de pimenta, choques elétricos, socos, tapas e pontapés.

Tanto que, na próxima semana, estava previsto que eles deveriam ir para o banco dos réus do Tribunal do Júri para serem julgados pela morte de Vanessa, ex-companheira de Renato.

A situação jurídica de Renato, William e Wagner começou a mudar na noite de sexta-feira passada, quando Leandro Basílio Rodrigues, 19, chamado pela polícia de "maníaco de Guarulhos", confessou com detalhes ao delegado Jackson Cesar Batista que havia matado Vanessa em um matagal do Jardim Alice, periferia de Guarulhos.

A partir da confissão de Rodrigues, o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira, o mesmo que havia denunciado os três à Justiça pelo crime, pediu ao juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano, do Tribunal do Júri de Guarulhos, para revogar a prisão preventiva dos três acusados. O juiz acolheu o pedido de Oliveira e os três deverão ser soltos ainda na manhã de hoje. (...)

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