terça-feira, 6 de maio de 2008

Galos, noites e "quintanas"

Adoro esta música Galos, noites e quintais(esse é o nome original da música) do Belchior.






"Quando eu não tinha o olhar lacrimoso,
que hoje eu trago e tenho;
Quando adoçava meu pranto e meu sono,
no bagaço de cana do engenho;
Quando eu ganhava esse mundo de meu Deus,
fazendo eu mesmo o meu caminho,
por entre as fileiras do milho verde
que ondeia, com saudade do verde marinho:

Eu era alegre como um rio,
um bicho, um bando de pardais;
Como um galo, quando havia...
quando havia galos, noites e quintais.
Mas veio o tempo negro e, à força, fez comigo
o mal que a força sempre faz.
Não sou feliz, mas não sou mudo:
hoje eu canto muito mais"

E para justificar o título deste post, aqui vai (de Mario Quintana, Da Preguiça como Método de Trabalho):

É ISSO MESMO
Quem nunca se contradiz deve estar mentindo.

OS INTERMEDIÁRIOS
Nunca me acertei bem com os padres, os críticos e os canudinhos de refresco.

PERGUNTAS
Não tem sentido essas perguntas que mandam fazer nas pesquisas: qual o maior poeta, por exemplo. Cada poeta é o maior. Porque não há grandes nem pequenos poetas. Há apenas os que são e os que pensam que são. Estes não contam; quanto aos verdadeiros, cada qual é grande, aliás o único poeta do país de si mesmo.
O Augusto Meyer, que no outro dia estive relendo, e sabe Deus com que saudade, é o grande poeta da Meyerlândia - claro país onde os caminhos (bisbilhos d'água, cicios, verde avenca do barranco...) levam simplesmente à alegria de andar.
Não esquecer que nessas estranhas geografias há países pobres, desertos até... Por vezes se trata de um mero fundo de quintal, cheio de cascalho, carrapicho, latas velhas, garrafas quebradas e outras miudezas, com um poeta no meio sozinho, ciscando...


Continua... (e isto não é um poema)

Um comentário:

descompassada disse...

o poeta faz-se meio latifúndio das sobras de mundo. e esse não restar é o que enriquece sua escrita. vãos...